Vacinação contra o vírus HPV gratuita na rede pública
A partir de 10 de
março, a vacina contra o vírus HPV passará a ser ofertada a meninas de 11 a 13
anos nas escolas públicas e privadas ou nos postos de saúde. A cobertura, em
2015, será para meninas de 9 a 11 anos; e, a partir de 2016, a vacina será dada
às meninas de 9 anos.
O objetivo da
vacina é reduzir a circulação do HPV, vírus transmitido no contato sexual e
ligado à quase totalidade dos casos de câncer do colo de útero. A eficácia da
vacina é estimada em 98,8% contra esse tipo de câncer –o terceiro mais frequente
na população feminina brasileira.
O esquema vacinal
adotado pelo Brasil é o estendido, em que a segunda dose é dada seis meses após
a primeira, e a terceira dose é aplicada cinco anos após a primeira.
Apesar de estar
disponível a partir de 10 de março, a data exata do início da vacinação em cada
cidade vai depender do calendário estabelecido localmente.
A recomendação do
Ministério da Saúde é para que os municípios se organizem para oferecer a
primeira dose nas escolas públicas e privadas, após ações de conscientização de
professores, pais e meninas. A vacinação dependerá de autorização dos pais, que
poderão assinar termos de recusa.
A experiência de
outros países que adotaram a vacina indica que, para garantir uma boa cobertura,
a imunização deve ser feita nas escolas, sem depender de idas individuais aos
serviços de saúde. No Brasil, a expectativa é imunizar 80% do público-alvo,
estimado em 5,2 milhões de meninas.
O governo, no entanto, sugere que a segunda e a terceira doses sejam aplicadas nos postos de saúde, envolvendo as escolas, e que as meninas sejam chamadas para a vacinação por meio de cartas. Essa convocação individual é possível porque, pela primeira vez no Programa Nacional de Imunizações, o registro da dose de vacina aplicada será vinculada ao nome da menina imunizada.
O registro nominal
da dose aplicada dá segurança de que o país vai alcançar alta taxa de cobertura,
afirma Carla Domingues, coordenadora do programa de imunizações. Além disso,
diz, é boa a estratégia de encaminhar as meninas aos postos de saúde para, com
isso, fazer a atualização de outras vacinas (como a da hepatite B) e incentivar
as mães das adolescentes a realizarem o papanicolau (preventivo básico das
mulheres).
O anúncio da
campanha de vacinação foi feito pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), que vai
deixar o ministério nos próximos dias para concorrer ao governo do Estado de São
Paulo pelo PT.
CAMPANHA
- O ministério vai lançar, no
início do março, uma forte campanha sobre a vacina do HPV, a ser veiculada em
TV, rádio, revistas, jornais, mobiliário urbano, cartazes, folders e
internet. O mote da campanha, em tons de
rosa, é: "Cada menina tem um jeito, mas todas precisam de proteção".
Em setembro, época
da segunda dose da vacina, o governo deve soltar uma outra campanha nos meios de
comunicação. Para garantir o respaldo a
uma vacina que envolve a sexualidade adolescente, o ministério conversou com
entidades religiosas.
Fonte: Folha de S. Paulo
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